sábado, 28 de fevereiro de 2009

A MODA REFLETE O QUE VOCÊ É
Por Rachel Quadros

“A Moda desenvolve um produto muito representativo para o homem”. O vestuário envolve o corpo, protegendo, mas, a roupa vai além desse parâmetro. Apresenta aspectos psicológicos, representando arquétipos, comunicando posicionamentos e considerações práticas como: conforto, durabilidade, viabilidade e preço interferem na escolha, “[...] escolher roupas, em casa ou na loja, é nos definir e descrever-se”. LURIE, Alison.

O hábito faz o monge. Fonte: Catálogo Promostyl inverno 2008

Será que denunciamos o que vestimos?
As roupas são mecanismos de comunicação não-verbal?

A revolução tecnológica, que vem proporcionando à humanidade – ou a uma parte dela – conviver com formas inovadoras e materiais diferentes de tudo que se conhecia há menos de uma década, tem contribuído para determinar as tendências internacionais do design em todas suas áreas de atuação. Assim, estas novas tendências abrem boas perspectivas para os profissionais da área, em particular, dos profissionais da área de moda cuja formação está assentada no conceito de individualidade, tendo como paradigma, portanto, a criação de produtos e serviços que valorizem as culturas pessoais e busquem manter o equilíbrio e a harmonia entre os seres humanos e o reflexo dos modos de vida.
Fonte: Getty Image
Desenvolver um produto que desperta desejo como o que a moda faz, é criar um novo sonho de consumo, um ideal estético, livre de pré-conceitos, a moda muitas vezes é reflexo de um momento sócio-econômico-cultural de uma determinada época.

A moda é um dispositivo social, de fato o comportamento orientado pela moda é um fenômeno do comportamento humano e está implícito na permuta feita nas suas relações com o mundo.
Do pressuposto que moda é construção social, ela representa uma manifestação simbólica, por muito tempo esse fenômeno se viu ligado à palavra: distinção social. Este parece ter sido, até então, o papel supremo do vestuário com é destacado por aqueles referenciam a indumentária como objeto de pesquisa.

Toma-se como exemplo a história dos 100 anos de moda a princípio a moda aristocrática onde o Haute Couture, (alta-costura) era elitizada, as fontes de criação de um novo estilo estavam nas mãos de poucos, porém as mudanças tornaram a moda democrática com o surgimento de um novo sistema de criação e fabricação o Prét-à-porter (ready to wear, pronto pra vestir), que contrapôs os meios de criação e desenvolvimento de novos produtos de moda, que surgiam a partir do comportamento humano, visto nas ruas, nas pessoas nas tendências comportamentais.

É conceituado então, que a roupa possui uma função de diferenciação em grupos sociais, como por exemplo, na diferença entre castas da sociedade. Visto isso como uma ferramenta de liberdade de expressão o fascínio do vestuário transforma as classes sociais que tem a incumbência da busca pela à inovação.

A procura pelo novo passa a ser a propulsora de um movimento característico do fenômeno moda. “As classes inferiores correm para imitar os outros que lhes são superiores, e estes, por sua vez partem em busca de algo novo que os diferencie.” (Renata Pitombo). O que seria da moda sem seus ícones de estilo: como Madonna ou Jacqueline Kennedy Onassis.


O estilo é um elemento de códigos estéticos de maior eficácia como modo de expressão. Porém este é apenas um dos prismas da moda. A composição de um visual é resultante de uma série de sinais estabelecidos pelo gosto pessoal, seja cor, tecido ou forma, traduzido através da modelagem.

O que pode nos diferenciar é a escolha do estilo pessoal que está intrínseco nos modos e maneiras como absorvemos as tendências de moda, a escolha é de cada um.
À medida que as pessoas se relacionam e se tornam mais perceptíveis umas às outras, passam a ser o ponto referencial entre si.
Os movimentos de estilo conseguem estabelecer imaginários precisos, em que tem, de maneira distinta, uma intencionalidade, um certo ar de denúncia, protesto, ideal... .Vários exemplos podem ser analisados dentro desta perspectiva: moda andrógena, moda sexy ou moda esportiva...
Estilo sexy: mostrar o corpo com recortes, fendas, modelagem justas.

Estilo Andrógeno: mistura de elementos masculinos no composto feminino

Estilo esportivo: referencia aos elementos de conforto e praticidade.

No século XXI, a moda é criadora de imagens, criadora de expressões e subjetividades, gera modos um estilo propriamente dito, proporciona liberdade de expressão, vive-se hoje num supermercado de estilos.

Somos arrebatados por muitas marcas, mas aquela de sucesso está onde o estilo do criador é predominante, os grandes sucessores precisam de constância de estilo. Pois estes entendem que a moda definitivamente é uma linguagem de comunicação verbal e não verbal.


“Nossa imagem externa é o nosso mensageiro, uma declaração pública. Alguns disfarces estão fortemente ligados aos nossos medos mais íntimos, e neste caso a roupa funciona como um escudo protetor.”Gianne Versace.

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